sexta-feira, 28 de maio de 2010

Capitães de Areia, cães e gatos.

No ano de 1937, o escritor Jorge Amado, o Jorge mais amado da Bahia, presenteou ao nosso País a obra prima com o título de Capitães de Areia. Neste livro, o autor retrata a situação dos “meninos de rua” da época, na cidade do Salvador. Eram chamados de Capitães de Areia, porque perambulavam pela cidade e o seu “quartel general” era nas areias do cais do porto.

Infelizmente, 73 anos se passaram e aquela situação nada mudou; muito pelo contrário, o descaso evoluiu e os meninos de rua mudaram apenas de “patente” e de local de atuação, passando a serem “coronéis” do asfalto e dos semáforos.

O problema hoje é muito mais agravante, porque naquela época só existiu os meninos de rua, e hoje nós temos também os meninos na rua.

Vamos mudar um pouco o rumo da prosa para expor outra situação análoga à acima citada. Segundo dados estatísticos divulgados pela revista Veja, a contingência de cães e gatos domésticos no Brasil é a segunda maior do mundo, ficando atrás apenas dos EUA.

A população de cães é de 33 milhões e a de gatos de 17 milhões. O ano passado os donos dos caninos e felinos desembolsaram a bagatela de R$ 696 milhões somente com consultas, medicamentos e vacinas. Esta cifra é superior ao faturamento de alguns hospitais particulares no Brasil.

O comércio de serviços e produtos para este seguimento faturou em 2009 R$ 9 bilhões, equivalente ao faturamento do seguimento eletrônico.

Entendemos que quem desembolsa tão alta fortuna para manter os seus bichos de estimação também são donos de fortunas, inclusive contribui com tributos para os cofres governamentais com pagamento de impostos sobre aqueles serviços e produtos.

Os problemas dos cães e dos gatos são de responsabilidade dos seus donos. E o problema dos meninos de rua e na rua de quem é a responsabilidade? Acredito que esta responsabilidade é de toda a sociedade que é responsável pela construção da riqueza do nosso país, e que infelizmente os nossos governantes em todas as suas esferas não cumprem com seus deveres constitucionais.

Até breve.

Um comentário:

  1. Professor Cristiano30 de maio de 2010 às 21:00

    É isso mesmo Louro. A questão é que criar cachorro e gato dá mais status que cuidar de criança. Bom trato aos animais mas devemos ter políticas públicas que cuidem bem das nossas crianças. Dar discernimento e conhecimento as famílias de baixa renda para melhor planejarem seus lares. Crianças, cães e gatos na medida certa!!!

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