sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Famílias. Unir-vos!

Falência da educação
Autor: Divaldo Franco

No processo antropológico da evolução animal, o estágio de humanidade faz-se caracterizar pela conquista da razão, do discernimento, das emoções superiores. A educação, nesse mister, desempenha papel relevante.

Allan Kardec, o ínclito educador - discípulo de Pestalozzi e Codificador do Espiritismo - considerando a questão, elucida que “esse elemento (que faculta o progresso e é inimigo da desordem e da imprevidência) é a educação, não a educação intelectual, mas a educação moral. Não nos referimos, porém, à educação moral pelos livros e sim à que consiste na arte de formar os caracteres, à que incute hábitos, porquanto a educação é o conjunto dos hábitos adquiridos” (O Livro dos Espíritos, questão 685. FEB).

Acompanhamos a onda volumosa da violência que ora toma conta das escolas, ameaçando mestres e educadores, atingindo o clímax na ocorrência infeliz, noticiada pela imprensa, quando uma criança de 10 anos atirou na professora e, de imediato, suicidou-se. Ocorre que a verdadeira educação começa no lar, através da convivência harmônica entre pais e filhos, no comportamento edificante e saudável que deve existir, especialmente dos genitores, de modo a infundirem os princípios éticos e morais, os de dignidade e de respeito que devem viger entre todas as criaturas. No momento, porém, em que o lar de decompõe, em decorrência da insensatez dos adultos e dos seus interesses mesquinhos, imediatistas e enfermiços, a sociedade cambaleia, agitada pelas forças desgovernadas da juventude sem orientação nem princípios, reagindo com violência e perversidade contra tudo que se lhe constitui real ou aparente impedimento.

Torna-se urgente o retorno dos princípios morais à intimidade da família, célula máter da sociedade. A criança à qual somente se concedem direitos, sem responsabilidade nem deveres, torna-se um sicário, porque a predominância dos instintos primários em detrimento da razão e do discernimento dela faz um ser profundamente infeliz e reagente a tudo quanto a contrarie.

FONTE: Jornal A Tarde, dia 29/09. Página A3

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