segunda-feira, 25 de abril de 2011

Menos discurso, mais ação.

O nefasto acontecimento de Realengo – que não cabe aqui tecer comentários¬ – traz à tona uma velha discussão sobre a violência e o vandalismo nas escolas. Só que ao invés de um debate sério, o que vemos é um sensacionalismo exacerbado, corroborado por alguns segmentos da classe política com seus discursos oportunistas.

Sempre ouvimos a expressão que “o homem é o produto do meio”; será que esta questão da violência e do vandalismo não tem a ver com a orientação familiar? Acredito que sim; nós, famílias, somos responsáveis pela educação doméstica dos nossos filhos.

Passei muitos anos escutando o radialista Edi Carlos, da Rádio Sociedade, hoje aposentado, dizendo o seguinte: “Minha senhora! Você sabe onde está, com quem está e o que faz seu filho agora?”. Sempre achei estas palavras dignas de uma profunda reflexão familiar.

No que diz respeito ao vandalismo nas escolas, não tenho receio de afirmar que, caso a despesa dos danos causados ao bem público fosse cobrada dos pais, estes tomariam providências enérgicas para que seus filhos não continuassem danificando um bem que pertence a todos nós.

As escolas hoje dispõem de um instrumento institucional importante que é o Conselho Escolar, popularmente chamado de Colegiado, que teoricamente é uma ferramenta de vital importância para o bom andamento das unidades escolares, pois o mesmo é formado por professores, pais de alunos, funcionários da Unidade Escolar, que representam a comunidade e alunos. Como podemos observar, se este dispositivo fosse colocado em prática conforme os seus objetivos, teríamos uma escola com outros resultados.

O poeta Castro Alves, em 1863, aos 16 anos, na poesia O Livro e a América, escreveu o seguinte trecho: “Por isso na impaciência desta sede de saber, como as aves do deserto— as almas buscam beber... Oh! Bendito o que semeia livros... Livros à mão cheia... E manda o povo pensar! O livro caindo n’alma é germe—que faz a palma, é chuva – que faz o mar.”

Será que se a nossa sociedade tivesse absolvido o pensamento do poeta, estaríamos enfrentando estes problemas que enfrentamos hoje? Acredito que não e ainda há tempo de buscarmos um caminho para recuperar o tempo perdido.

*Digitado por Verônica Assis.

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